Artivismo

Indústria da informação e a cadeia produtiva do setor cultural são destaques em projeto digital

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Embora muito comentado, o setor precisa de maior suporte no Brasil. Políticas governamentais são lançadas para logo em seguida serem descontinuadas. É difícil identificar quais diretrizes e ações estarão vigentes no médio/longo prazo.

Políticas de incentivo à indústria criativa são criadas e finalizadas com a mesma velocidade. Ademais, o dinheiro destinado à cultura é insuficiente. O Ministério da Cultura (MinC) possui verba limitada se comparada com o orçamento destinado a outras pastas. Para piorar, praticamente todo ano novos cortes são anunciados.

Há espaço para crescer. Um dos mantras que aprendi quando trabalhei num Centro Internacional de Negócios é que é mais vantajoso oferecer um produto com valor agregado do que apenas comercializar a matéria-prima. Não exporte o algodão, venda a roupa.

Ademais, para que esses setores possam contribuir de forma ainda mais significativa para o desenvolvimento do país, é necessário investir em recursos humanos, qualificação da gestão, incentivos fiscais (principalmente para as microempresas) e estratégia (como realizar o mapeamento das regiões do país, tornando possível identificar lacunas e potencialidades de cada local). Assim, é possível ver o todo, evitando a mesma disputa fragmentada que marcou as décadas passadas, quando muitos estados atraíram empresas de diversos setores com grande isenção de impostos. Houve um leilão de vantagens, com visão de curto/médio prazo.

Todavia, de nada vai adiantar se o esforço não envolver as diversas esferas do Estado. Ou se os projetos forem descontinuados quando houver mudança de governo.

Também não é o caso de apenas cobrar o Governo. As empresas tem de investir, abrir o bolso e terem uma visão mais ampla. Atualmente, os projetos culturais estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Nomes estabelecidos da arte são os mais procurados, deixando pouco espaço para grupos iniciantes. É necessário também existir colaboração entre a iniciativa privada e a academia. Enfim, muitas frentes devem agir.

Há problemas também em quem milita na indústria criativa. Ativistas culturais devem cada vez mais atentar para o lado comercial/administrativo das iniciativas. Os profissionais do setor precisam observar a dimensão econômica da cultura. Segundo Joaquim Cartaxo, superintendente do Sebrae Ceará:

“[…] produtores e empreendedores que atuam no mercado dos negócios criativos no Brasil ainda precisam desenvolver a sustentabilidade de seus empreendimentos, adquirir independência dos recursos do Estado, profissionalizar a gestão e buscar a longevidade de seus negócios.
Tão importante quanto o talento e a criatividade é a necessidade de se desenvolver competências para gerir o empreendimento de um modo que gere um fluxo de receitas constante e autônomo, visando a sustentação a médio e longo prazos. São estas competências que ajudarão os empreendedores a transformar a habilidade criativa natural em ativo econômico e recurso para o desenvolvimento de negócios duradouros”

Para quem quer saber um pouco mais sobre a gestão de negócios criativos, a Época Negócios fez uma boa reportagem sobre o tema. Outro pedida é ler o texto que a mesma revista produziu sobre como Israel se tornou um celeiro de inovações tecnológicas.

Imagem via Flickr

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Consultor de comunicação/estratégia digital • mestre em culturas midiáticas • MBA em gestão de projetos